sábado, 11 de fevereiro de 2012

Nuvens



Existem dias que não são dias. Dias que já nascem marcados por um céu cinza mesmo que em alguns casos o Sol insista em dizer o contrário.

O primeiro dia do ano, após um Reveillon. O primeiro dia, após o fim de um longo namoro. E, o dia em que levam os teus para longe de ti.





terça-feira, 7 de junho de 2011

Barbarus Paternus

Numa tarde típica dessas bandas daqui, de céu azul e vento frio, saímos eu e La Barbarita, a caminhar pelo centro. Entre escadarias e pombos, fraldas trocadas, estórias contadas, tanjas chupadas e mãos dadas surge toda a originalidade paternal:

Um, dois, camarão com arroz

Três, quatro, feijão no prato

Cinco, seis, quem é o freguês

Sete, oito, comer biscoitos

Nove, dez, comer pastéis.




quarta-feira, 11 de maio de 2011

TEARS ... PETULA ... CLOWN




Rio riso não raso




eu rio um riso fácil
de tantas horas
por vezes exagerada demora

eu rio um riso fácil
por vezes, saliente
esparramado, indevidamente

eu rio um riso fácil
acompanhado de olhinhos
entre cartas e passarinhos

eu rio um riso fácil
facinho e dado
sem querer ser guardado

eu te dou meu riso fácil
de manhã e por uma noitada
mas sem perder de vista
a tarde aveludada.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ronronares


Ah! Meus doces garotos!
Sempre atentos ao chacoalhar do pote azul. Seja ao abrir a casa aos primeiros raios de sol da manhã, seja na tradicional despedida à meia-noite, quando a última porta se fecha.

Enquanto caçula da família, Shinobi desempenha bem seu papel. Cambalhotas, choramingos e traquinagens são suas maiores armas. Um verdadeiro golpista ao se deparar com a possibilidade do colo de uma bela moça.

Ajax, por sua vez, sempre de modos polidos, arranca constantes elogios das visitas ao demonstrar um certo desprendimento de espaços mais confortáveis no sofá, contentando-se apenas com o braço direito do mesmo. Sério, sereno e teimoso, dá sempre seu jeitinho de conseguir invadir a casa durante a madrugada, e aconchegar-se em meus pés enquanto ressono. Já fora manhoso, já tivera uma cadeira só sua (com direito a almofada), mas soubera assumir seu lugar de irmão mais velho muito honradamente.

Cada um deles com personalidades bem marcadas, de lugares tão definidos quanto o comprimento de seus bigodes.

Além desses dois garotos, há a matriarca da gatuna família. Dona de um olhar reconhecidamente sensual e marcante, de ouvidos atentos, e de um caminhar cadenciado, a Kitty segue a arrebatar corações pela vizinhança. Nunca houvera felina menos gente do que esta balzaquiana. Nada de cadeiras, nem sofás, muito menos camas. Sua postura talvez se explique pelos prováveis momentos ingratos que sua vida teve antes de fazer desta casa a sua.

Uma casa cheia! Almoços em família, sambas e cervejinhas aos domingos, momentos de consolo quando necessário. Meus garotos sempre tornaram essa toca de pequeninos cômodos algo mais alegre e o mais próximo de um lar. Sempre!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Entre tapas e apertos!

"ENTRETANTO, MODIFIQUEI-ME!"

acho que essa é a nossa tarefa enquanto homens do nosso tempo... em vez de mudar o mundo como queria marx... mudar a nós mesmos... já que nem um mundo a ser mudado nos deixaram...

somos pós rock`n roll...

pós revolução...

pós anos 60...

pós tudo!!!!!!!!!!

hoje a vanguarda se tornou ser careta !

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Lusco-Fusco a Yves Klein


...descendo o túnel, em direção à linha do trem,

vislumbro sempre a mesma luz crepuscular
que se esgueira pelas laterais dos automóveis,
numa tentativa última de contagiar
todo e qualquer objeto em seu caminho.

um maremoto etéreo.

uma energia laranja que me encandeia,
que me fecha os olhos,
que me arranca sorrisos e suspiros,
saborosos e sinceros.